Quando vejo este objecto a sair da minha gaveta já sei que vou à rua. Upiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. Eu adoro puder ir à rua. Embora não ache muita graça às coleiras. Mas, como me explicaram, existem pessoas que tem medo dos cães. Elas deviam era ter medo dos donos que fazem os cães serem muito maus para as pessoas. E também há pessoas que merecem serem mordidas. Mas isso já é outra conversa. Upiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Vou à rua!
Esta é para a minha Noninha. Eu sei que vocês não entendem a "nossa" linguagem cá de casa. Mas a minha Noninha é a pessoa que me faz ficar com esta expressão quando estou a olhar para ela. Ela é a pessoa mais fofinha que eu conheço.
Com a chegada do tempinho mais frio e chuvoso voltei a vestir os meus modelitos para ficar quentinha. Aqui é o meu lugar especial nas tardes de chuva: a minha janela. Daqui vejo passar as pessoas, o "César"(#) e as oliveiras. Se o vento abanar os ramos farto-me de ladrar. Porque isso não se faz, ora essa, incomodar as donas oliveiras. Onde é que já se viu!
(#) O "César" é um cão enorme e muito gordo que mora ali ao lado e que gosta de infernizar a minha vida e a do meu "menino" quando vamos à rua. Embora as nossas "diferenças" eu gosto muito de lhe ladrar da minha janela.
Ora cá estou eu, não fiquem a pensar que só vai a aulas e tempos livres as criancinhas???? Não senhor, os meus donos depois de gastarem tanto dinheiro sem retorno fiscal nos Senhores Doutores Caninos, resolveram darem-me um bónus, pois passo a semana sozinha desde a manhã até ao fim da tarde e não tenho irmãos nem irmãs, nem vou para casa dos vizinhos brincar com os cães deles, por isso é natural que também tenha crises existenciais, e vai dai fui até à Escola Canina.
Ponto um: A maioria das pessoas que adoram ter cães de marca, porque é chique enquanto são pequeninos, coitadinhos tem sempre desculpa: "Ó querido apanha o chichi do Sebastião coitadinho ainda não aprendeu que é na rua que se faz, ó querido apanha o có-có da Steffi porque ainda não consegue controlar as fezes coitadinha ainda é pequenina, com o tempo vai habituar-se".
Ponto dois: O tempo passa, O Sebastião tornou-se um enorme boxer cheio de "atacadores" pendurados nas beicolas, o chichi, passa a torneiras abertas inundando tudo, a Steffi, cresceu e tornou-se numa linda labrador dourada com um rabo enorme que quando está satisfeita, o que é quase sempre sempre pois são cães super simpáticos e afáveis a cauda arrasa as jarras de biscuit que a mamã tinha oferecido com tanto amor, lá se vai mais um pote da china jenuino que o tio Sir Junot na última estadia na China tinha trazido, ai e o período ninguém me tinha explicado, nem no livro de instruções que estes animais fêmeas têm esta coisa horrível que deixa tudo pingado e o malvado có-có, transformou-se em montanhas de merda, que os sapatos Prada enterram-se, Oh Good Save my shoes................
Ponto três: Os cães deviam escolher os donos, e quando o ser humano quer comparar um cão primeiro devia assistir a palestras com vídeos, sobre o crescimento dos cães e o tratamento que devem ter, e então depois de tudo isso um momento de reflexão. Ter ou não ter cão.
Eu fui oferta, os meus donos não tiveram tempo para pensar, foi como com eles apaixonaram-se e pronto tá tudo dito de um, passaram a dois e de dois, passamos a três. A escolha da escolinha, foi para eu me divertir, aprender a estar com outros animais da minha espécie, ser sociável e passar uma tarde divertida, não vou para competições, não vou para passereles, não sou nenhuma misse, sou a princesa dos meus meninos.
Um Agradecimento à Escola Agrária de Coimbra, que devido à vontade dos seus alunos dedicarem uma parte do seu tempo, inserido no seu curso claro, construiram e vão mantendo o Clube de Canicultura da Escola Agrária de Coimbra.
O "menino" hoje resolveu actualizar o meu blogue para que eu vos possa "ladrar" do porquê deste meu estado tão pensativo.
Estou muito pensativa hoje porque ainda não entendi como é possível os nossos donos não terem direito a deduzir nos seus impostos as nossas despesas médicas feitas no veterinário. O Estado não perdia nada com isso e ganhávamos nós e os nossos donos. Ter um cão não é um luxo, ter um cão (neste caso uma cadela, pois eu sou uma cadela) é contribuir para o bem estar dos seres humanos e do mundo em geral. Não penso que seja um luxo existirmos, o luxo é o Estado permitir que as despesas feitas pelos nossos donos nos profissionais que tratam de nós não sejam devidamente controladas. Por isso estou assim tão pensativa....Espero que também pensem nisto, para além da ração a tempo e horas e dos outros "mimos" a que temos direito.
Ai se eu pudesse até dispensava o arroz, ia mesmo ao penas.
Penas para que te quero, mas tenho que fingir que sou amiga dos animais, porque o que está a dar são os verdes e ainda vem para ai mandar no pessoal e obrigam-me a comer ervilhas e feijão verde e eu vomito tudo, mas ai se a larica apertava e o pessoal fosse menos e estivesse mais entretido talvez a ver um jogo de football ou a nova playboy portuguesa que já gerou tanta polémica que aquela senhora que lê a sina (pobre sina) diz que ela é que deveria ter sido a capa da revista, e ainda querem por na TV filmes em 3D (bem diz a doninha que eu ás 8h da noite tenho que estar a dormir para não ouvir nem ver bacorada) ai se eu não me chamasse Noya e não tivesse um bocadito de respeito ao meu padrinho que por ser pequenino ainda é uma figura de Estado, puxa caraças e mais 99 assim, espetei uma unha no olho, abaixo o bater a pala.
Ora mais um dia na minha rica vida de cadela de boa vida, não posso dizer de luxo, pois não vou ao cabeleireiro das cadelas elegantes, não visto camisolas de marca (quando está frio compram-me umas sweet shirts engraçadas tamanho 6meses porque eu sou grande cortam-lhe as mangas para eu correr á vontade, e voilá estou na moda, a moda a que alguns podem chegar), mas em compensação tenho "montes" de peluches que eu adoro para fazer de conta que são canitos como eu e dou-lhes muita luta e saio e sou sempre a vencedora, tenho bolas, muitas bolas de todos os tamanhos, mas eu só gosto mesmo das dos jogadores de football, não nasci para laçinhos, nem perfumes, nem pelo muito comprido, então venci a minha doninha e tenho um penteado à Paulo Bento, não é lindo mas é à treinador de football, e não preciso daqueles laçinhos panisgas na minha linda cabecinha, eu já sou um charme por natureza, não preciso de composições, eu sou uma partitura inteirinha.
Adoro dormir, e fico com uma má disposição se não me deixam dormir aquelas horas todas, por isso aqueles Senhores da Dinamarca é que são mesmo cools, vão criar empregos com sestas, quem ia adorar eu sei mas não digo, não é doninha? ih, ih, ih, ih.
Vá, não fiques chateada, eu sou mais dorminhoca do que tu.
E mudando de assunto agora que a Páscoa já lá vai e vocês não me deram das vossas amendoas, mas eu fintei-vos ...... E que tal eu também tenho as minhas amendoas. Bem feito.
